Cidades sustentáveis: Cinco princípios de um bom planejamento urbano

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Nora Libertun (arquiteta, com PhD em Desenvolvimento Urbano no MIT e mestre em urbanismo na Universidade de Harvard) elaborou cinco princípios para que a urbanização e os desafios colocados por ela possam ser abordados através de um enfoque sustentável, evitando, assim, a exagerada expansão urbana e o desequilíbrio do meio ambiente.

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  1. Entender os serviços urbanos como partes de um circuito integrado.

O circuito composto pelos serviços urbanos deve ser aperfeiçoado na sua totalidade. Desta forma, os serviços urbanos, como a água potável, luz elétrica e transporte público, entre outros, devem ser concebidos como um circuito único e não como a soma das suas partes através da infraestrutura de cada um.

Ela também apresenta um exemplo a respeito do zoneamento urbano quando se amplia a rede de transporte, entendendo que “uma melhor comunicação aumenta a demanda de espaço comercial e residencial”.

  1. Alinhar os incentivos econômicos com os benefícios ambientais 

Nas cidades, é bastante comum encontrar locais urbanizados, mas em desuso. Por este motivo, ela considera que desenhos de projetos que tornam possível reutilizar estes espaços, deveriam ser recompensados e não proibidos.

Ela propõe que os incentivos possam ser documentados em políticas que promovam a ocupação em áreas urbanas, o que evitaria a construção de novos lugares nos subúrbios.

  1. Compreender que a sustentabilidade é inclusiva 

A chegada de novos habitantes nas cidades traz consigo uma maior demanda de serviços urbanos. Libertun apresenta a ideia de que é necessário ampliar a cobertura dos serviços urbanos, considerando o fato de que a sustentabilidade não pode ser alcançada se parte da população continua excluída destes serviços.

  1. Incluir a sociedade civil na proteção do meio ambiente

Casos como a recuperação e conservação do rio Erren (Taiwan) por parte dos seus habitantes e a revitalização de um espaço subutilizado na área de jogos sustentável para as crianças de Uraycamuy (Bolívia), são alguns dos exemplos do que pode acontecer quando diversas organizações trabalham junto com os habitantes, fazendo com eles valorizem e reconheçam seu entorno.

Por este motivo, a arquiteta acredita que é importante favorecer a participação das comunidades, já que é assim que “os residentes valorizam seu entorno, utilizando e cuidando”.

  1. Fomentar o intercambio de conhecimento entre as cidades

A medida que as cidades se desenvolvem, surgem novos desafios que podem ser ambientais, culturais, de desenho, gestão, etc. Por isso, Nora acha uma oportunidade que as cidades compartilhem suas experiências e aprendizagens, para superar os desafios que podem ter pontos em comum.

 

Referência: ArchDaily

*Texto | Catarina Schmitz Feijó