Dia da Sobrecarga da Terra: o dia em que esgotamos nossos recursos

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Calma lá! Vamos sobreviver, mas à custa das próximas gerações. E isso acontece desde a década de 1970.

O Dia da Sobrecarga da terra, que neste ano foi no dia 1º de agosto, é o dia em que esgotamos a cota de recursos que a Terra pode nos prover. Ou seja, usamos toda a água, energia, minerais e vegetais que o planeta pode produzir e que podemos utilizar no período de 365 dias. Só que fizemos isso em sete meses.

O conceito Sobrecarga da Terra (originalmente: Overshoot Day) foi elaborado pelo instituto independente britânico de pesquisas New Economics Foundation, organização parceira da Global Footprint Network. Atualmente, nossa demanda por recursos renováveis equivale a mais do que 1,5 Terras. Desde a década de 1970, esse dia ocorre cada vez mais cedo no ano. É uma dívida alta que está se multiplicando e os juros implicam em escassez de alimentos, erosão do solo, acúmulo de gases de efeito estufa em excesso na nossa atmosfera, aumento da temperatura global etc.

O que continuamos a ignorar é que não se trata de destruir a Terra. Ela continuará no mesmo lugar em constante mudança e adaptação, até que uma força bem maior que nós aja sobre ela. O que está em jogo, na verdade, é a raça humana e demais espécies que coabitam o planeta. A melhor solução seria uma economia de baixo carbono, mais sustentável e ecológica.

Foto divulgação da NASA no Unsplash

No Brasil, possuímos uma das maiores áreas florestadas do mundo. Mas, nos últimos 50 anos, os recursos florestais diminuíram 9% enquanto os recursos de terras cultiváveis multiplicaram-se por 5,5. As pastagens mais que dobraram. Dados disponíveis de 2012, afirmam que nossa Pegada Ecológica total aumentou 249%.  A pegada ecológica brasileira é de 3,1 hectares globais por pessoa.

No país, para ser mais exato, estouramos nosso limite no dia 19 de julho deste ano, 2018. Temos o privilégio de sermos um país rico em recursos naturais. Temos uma parte da floresta amazônica em nosso território. Uma parte considerável. Ela é uma das três grandes florestas que podem ser consideras como pulmões do planeta. E estamos destruindo cada uma delas pouco a pouco. Seja para pastagem e cultivo de grãos, para cultivo de óleo de palma ou, ainda, para outros fins.

Visivelmente, não vemos grandes diferenças. Nossa vida é, basicamente, a mesma: supermercado, carro, ar condicionado, eletrônicos. Nada parece faltar e tudo continua inabalável. Mas a maioria dessas coisas é poluente. Libera gases estufa ou tóxicos. O nosso impacto é silencioso. Muitas vezes, não nos damos conta de quão nocivas são nossas atitudes. Mas é uma realidade e devemos estar atentos.

Ainda é possível revertemos a situação para algo normal. Voltar a funcionar dentro do ciclo natural do planeta. Sim, ele vai aquecer e vai esfriar também. Talvez algumas espécies desapareçam. Incluindo a humana. Mas isso deveria acontecer naturalmente e dentro dos ciclos da Terra. Não deveríamos ser responsáveis por acelerar o processo. Se for para fazer algo, que seja o contrário disso. Que seja para tentar manter nosso planeta o mais estável possível.