Telhado e parede verde para refrescar o planeta

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Uma construção ideal quando se pensa em eficiência energética é aquela que também prioriza o uso de materiais e técnicas que isolem termicamente a edificação. Vale a pena fazer paredes duplas em vez das simples e, nas aberturas, optar por vidros duplos ou polarizados. O arquiteto Caio de Santi, da Squadra Arquitetura, afirma que os escurecidos também apresentam vantagens em relação aos incolores.

Segundo o engenheiro eletricista Odilon Duarte, coordenador do Grupo de Eficiência Energética da PUCRS, a implantação de telhados verdes, como o Ecotelhado, é uma ideia que ganha adeptos e apresenta resultados satisfatórios. Ele afirma que as paredes verdes – aquelas que utilizam plantas trepadeiras – são eficientes no isolamento térmico, já que impedem a incidência direta dos raios de sol. Árvores no entorno de uma residência ou de um edifício também desempenham essa função.

Na PUCRS, conseguimos reduzir em até 8°C a temperatura interna no andar superior apenas com a adoção do telhado verde – salienta Duarte.

A escolha correta do equipamento de ar-condicionado para uma construção nova ou para a substituição de um sistema de refrigeração antigo também pode evitar dores de cabeça com o consumo de energia elétrica. Para residências, os aparelhos conhecidos como splits são a melhor opção por serem mais econômicos e silenciosos. Quando o local a ser refrigerado é um prédio com vários ambientes, aí é o ar-condicionado central que se apresenta como escolha mais vantajosa, tanto do ponto de vista do consumo quanto da manutenção e da vida útil. Embora ambas as opções, o split e o central, exijam um investimento inicial maior, acabam se pagando com a economia feita ao longo do tempo.

Substituindo um ar-condicionado de 15 anos por um de hoje, há uma economia de pelo menos 20% – afirma o engenheiro eletricista especializado em eficiência energética Aldemir Spohr, diretor da APS Soluções em Energia.

No momento em que se tem o frio gerado de forma eficiente, o desafio é aproveitá-lo ao máximo. Em edificações recém concluídas ou em construções mais antigas, pequenas mudanças podem auxiliar nessa otimização. Em aberturas, principalmente onde a incidência de sol é maior, brises, cortinas e persianas contribuem para que o ambiente aqueça menos, exigindo menos uso do ar-condicionado.

A troca de lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes é outra ação que reduz a necessidade do ar refrigerado. Luminárias incandescentes disseminam mais calor do que as fluorescentes, além de consumirem mais energia elétrica e ter vida útil menor. Duarte apresenta o LED como a tecnologia ideal, porém custa mais.

O LED ainda é uma tecnologia cara, ainda não se paga. Mas só apresenta vantagens – garante ele.

(matéria publicada no caderno Nosso Mundo Sustentável, do jornal Zero Hora da segunda, 03/01/2011)