Cidades Sustentáveis do Futuro – parte 4: Dongtan

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Idealizada pelo Governo Chinês e projetada pela companhia inglesa Arup, especializada em design e inovação, assessorada por um grupo de 150 especialistas para o projeto, entre sociólogos, filósofos, economistas e até ornitólogos, Dongtan – ou praia do leste – é o projeto de uma cidade ecológica que será construída na parte leste da ilha de Chongming, em Shangai – China, e pretende ser a primeira de uma série de 4 cidades. Com cerca de  750 km², num local onde a maior parte da terra ainda não foi urbanizada, ela deve ser implantada ao longo do rio Yangtze, deixando 65% da ilha reservada para usos rurais e implantação de parques públicos.

A demanda de energia será muita baixa em comparação com cidades convencionais, devido a alta performance dos edifícios e ao fato do transporte público no interior da cidade não gerar emissão de carbono. O lixo será considerado como um recurso econômico e a maior parte do gerado na cidade, 90% dele, deveria ser reciclado.

O transporte em Dongtan será ecológico e realizado ao longo da costa. As pessoas chegariam num local determinado na costa e deixariam ali seus carros, e então percorreriam a cidade como pedestres, ciclistas ou através de transporte público sustentável. Os veículos que serão permitidos na cidade deverão ser movidos a eletricidade ou a hidrogênio.

Os planos para fazer de Dongton uma cidade de zero emissão de energia:

– Todas as moradias devem ser construídas a 7 minutos de caminhada de pontos de parada do transporte público;

– Os veículos particulares ou de carga devem ser movidos a bateria ou células de hidrogênio;

– As plantações em áreas rurais no entorno da cidade devem usar métodos orgânicos de plantio e abastecer a cidade;

– A estação energética será movida pela queima de biomassa, com a utilização da palha de arroz, um dos produtos produzidos pelas indústrias locais;

– A cidade não deve ter efluentes de esgotos domésticos ou industriais, estes devem ser tratados e utilizados para produção de energia e de fertilizantes;

– Os edifícios devem ter telhados verdes e jardins verticais para melhorar o isolamento térmico e aumentar a biodiversidade local;

– O transporte público terá que usar energia solar e células de hidrogênio.

O controle de enchentes deverá ser feito por uma rede de canais e lagos, projetados de acordo com antigos métodos chineses de irrigação, e que protegerão a cidade de problemas durante a ocorrência de tempestades.

As moradias e edifícios comerciais terão entre 4 a 6 pavimentos, densidade que permitirá evitar que a cidade se espraie pela área rural, mas com uma altura também adequada ao tipo de solo do local, que não permite fundações profundas.

O projeto deveria ter saído do papel, originalmente, já em 2010, mas alguns obstáculos têm adiado isso. De todo modo, Dongtan revela-se como mais uma amostra do que os chineses preparam para o futuro. A segunda maior economia do mundo e também uma das maiores poluidoras demonstra que está se preparando de maneira adequada para os tempos que virão, investindo de forma pesada em infraestrutura verde, consciente de que não haverá futuro para ela, nem para ninguém, se for mantida a mesma concepção biocida de urbanização do século XX.

Fonte: www.atverdebrasil.com.br

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