Berlim vem investindo em projetos para se transformar em cidade-esponja, implementando soluções inovadoras para reduzir as inundações e lidar com as secas.
Em boa parte das cidades suas estações de tratamento de águas residuais não conseguem acomodar todo o volume das águas da chuva transportado pelo sistema de drenagem.
Isso faz com que uma boa quantidade de água da chuva, misturada com o esgoto, seja despejada sem o devido tratamento nos rios, resultando em poluição.
Não conseguindo acomodar a água, o resultado é o transbordamento dos sistemas, alagamentos e inundações nas ruas.
A capital alemã tem se destacado no cenário mundial ao implementar ações para coletar e armazenar a água da chuva, visando reduzir alagamentos e enchentes, além de ajudar no combate às secas sofridas pelo município.
Quer saber o que Berlim está fazendo para se transformar em uma cidade-esponja? Leia aqui.
O que é o conceito de cidade-esponja?
O termo cidade-esponja surgiu na China, em 2012, e foi popularizado pelo arquiteto chinês Kongjian Yu como parte de um programa governamental que visava acabar com os problemas de enchentes urbanas sofridas no país.
Esse conceito utiliza a paisagem natural para reter e absorver a água da chuva, visando evitar enchentes e outros problemas decorrentes da precipitação.
Em outras palavras, trata-se de um projeto urbano que visa absorver, armazenar e reutilizar a água da chuva. O objetivo é prevenir enchentes, integrando infraestruturas verdes e azuis na paisagem urbana. Busca-se, com isso, aumentar a permeabilidade do solo e a capacidade de retenção de água.
O que isso significa? Estruturas, como parques, jardins, lagos e pântanos artificiais, são incorporados ao projeto urbano, funcionando como esponjas naturais, absorvendo e armazenando a água da chuva.
Leia também: Cidade-esponja: conheça essa inovação sustentável.
Como Berlim está implementando a infraestrutura de cidade-esponja?
Berlim instalou várias e imensas bacias subterrâneas que funcionam como recipientes para coletar e armazenar água da chuva.
Assim, quando chove, ao invés da água ser sugada pelo solo ou escorrer pelas calçadas e ruas impermeáveis, ela é coletada na cisterna e depois bombeada para uma estação de tratamento.
Este sistema auxilia na redução de alagamentos e inundações durante chuvas intensas, além de armazenar água para períodos de seca.
Também foi aprovada uma lei que exige que novos empreendimentos imobiliários incorporem sistemas de captação de água da chuva.
Além das cisternas subterrâneas, Berlim também adotou algumas estratégias, como:
- parques projetados para absorção da água da chuva,
- ruas permeáveis,
- áreas de retenção de água,
- telhados verdes.
Benefícios da cidade-esponja para o meio ambiente e para a população
Um projeto de cidade-esponja traz diversos benefícios para os municípios, para o meio ambiente e para a população. Um deles é reduzir os alagamentos e inundações nas regiões.
Isso acontece porque ao integrar infraestruturas verdes e azuis, o projeto aumenta a permeabilidade do solo, permitindo que a água da chuva seja absorvida e armazenada, ao invés de escorrer pelas calçadas e asfaltos impermeáveis.
Essas infraestruturas também atuam como filtros naturais, retirando as impurezas da água da chuva que chega aos rios, lagos e lagoas.
A água armazenada pode ser reutilizada para irrigação, limpeza e nas diversas áreas da indústria. Reduzindo os impactos de possíveis secas regionais.
Sem contar que a criação de espaços verdes ajuda a melhorar a qualidade do ar, deixando-o mais fresco e agradável.
Quais soluções podem ser aplicadas em outras cidades?
Uma cidade-esponja é caracterizada por possuir espaços que promovem a absorção de água, em substituição às superfícies permeáveis de concreto.
Seu projeto se inspira em soluções que ajudem a aumentar a permeabilidade do solo e melhorar a capacidade de retenção da água.
E entre as soluções que podem ser aplicadas, destacamos:
- inclusão de pântanos e lagos artificiais,
- criação de parques e áreas verdes,
- instalação de cisternas subterrâneas,
- telhados verdes,
- pavimentos permeáveis.
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