Malcolm Wells (11 de março de 1926 – 27 de novembro de 2009) foi um arquiteto americano que é considerado como “o pai da arquitetura abrigada pela terra moderna”. Wells viveu em Cape Cod, Massachusetts em um edifício abrigado pela terra que ele próprio projetou. Wells também foi escritor, ilustrador, desenhista, palestrante, cartunista, colunista e consultor de energia solar. Ele aposentou-se da arquitetura em junho de 2004, mas continuou suas pesquisas para viver “de baixo” da terra ate o fim de sua vida.
O trabalho de Wells em arquitetura e design começou em 1953. Depois de 10 anos “espalhando asfalto na América em nome da arquitetura”, ele começou a sentir que a superfície da Terra era “feita para plantas vivas, não plantas industriais”, e começou a pesquisar a arquitetura subterrânea. Isto se refletiu em todos seus projetos posteriores, em sua vida pessoal e profissional. Seus interesses eram na eficiência de energia, na estética, na preservação e na restauração da terra “uma lista de verificação baseada na regeneração para o projeto e na construção”, e a durabilidade dos materiais.
Foi autor de diversos livros e venderam mais de 120.000 cópias.
“Outro tipo de edifício está emergindo: um que realmente cura as cicatrizes de sua própria construção. Ele conserva água da chuva e combustível – e fornece um habitat para criaturas diferentes da humana. Talvez ele vai pegar. Talvez não. Veremos.”
É assim que Malcolm Wells descreveu seus prédios abrigados em terra, que não tiveram tanto sucesso quanto deveriam, mesmo que tivessem muito sentido. Ele a chamou de “arquitetura suave“ que “deixaria a terra melhor do que você a encontrou”.
William McDonough, outro arquiteto referência para a Ecotelhado, coloca em poucas palavras no obituário do New York Times:
“Como um pensador, ele era uma joia escondida“, disse McDonough, um arquiteto e autor, com Michael Braungart, de “Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things”, um manifesto de design ambiental. “No mundo, o que ficou conhecido como edifício verde”, o Sr. McDonough acrescentou,” Malcolm Wells foi inspirador para algumas pessoas, inclusive eu.”
Algumas citações de Malcolm Wells:
“… Nós vivemos em uma era de prédios chamativos e casas de troféus: monstros grandes, feios, monstros que estão em terrenos despojados pelo trabalho de construção e replantados com gramados tóxicos. Se os edifícios pudessem falar ficariam sem palavras com constrangimento, mas a maioria de nós não vê nada de errado com eles, e seria, dada a oportunidade, construir outros como eles, para poucos de nós perceber que há uma maneira mais suave de construir… A construção deve consumir seus próprios resíduos, se manter, deve corresponder ao ritmo da natureza, fornecer habitat para a vida selvagem, deixar o clima moderado e ser bonito.”
“A arquitetura subterrânea é a única maneira de construir sem destruir a terra? Claro que não.
É simplesmente uma das maneiras mais promissoras (e negligenciadas). Ensolarado, seco e agradável, oferece grandes economias de combustível e uma alternativa silenciosa e verde à sociedade do asfalto”.
A proteção da Terra na construção tornou-se relativamente mais popular nos tempos modernos, especialmente entre ambientalistas e bioarquitetos. No entanto, a prática é bem antiga, sendo utilizada pelos humanos desde os primeiros abrigos construídos.
Os benefícios de se utilizar o edifício semi enterrado são numerosos. Alguns deles são: Aproveitamento da terra como uma massa térmica, oferecendo proteção extra contra os elementos naturais; economia de energia; privacidade considerável; o uso eficiente da terra em áreas urbanas, pouca necessidade de manutenção…
Referências: Malcolm Wells; TreeHugger;
Texto* | Catarina Schmitz Feijó