Depois de quase uma semana de folia, as areias e águas acabam afetadas pela falta de consciência ecológica de boa parte dos foliões.
Cerca de 119 quilos de lixo foram retirados do mar da Barra, em Salvador, na quarta-feira, 1º de março, depois de oito dias de Carnaval na capital baiana. De acordo com informações do Projeto Fundo Limpo, entre objetos mais comuns, como latinhas de bebida, bitucas de cigarro, roupas íntimas, palitos de churrasco, os mergulhadores retiraram do fundo do mar materiais mais inusitados, como pneus, cordas, uma vassoura e até cadeira de escritório.
A questão é que cada latinha de alumínio leva até 100 anos para se decompor, e voluntários do projeto Fundo Limpo recolheram mais de 20 kg do fundo do mar.
Em São Paulo, no sábado de carnaval (25), a falta de organização do trânsito atrapalhou quem queria transitar normalmente pela cidade. Carros estavam desorientados na região do largo da Batata, alguns andavam até na contramão, e motoristas reclamavam da falta de sinalização. A psicóloga Nadia dos Anjos, 61, pedia ajuda para os foliões para sair da região. “Não tem quem me ajude, não tem orientações, policiais, nada”
Os garis da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb) recolheram 164 toneladas de lixo nos trajetos dos blocos carnavalescos, nos bailes de rua e nos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí no sábado (25), primeiro dia do carnaval carioca. De acordo com a prefeitura, a maior parte dessa montanha de resíduos (75 toneladas) foi recolhida após a passagem dos blocos.
Apenas no Cordão da Bola Preta, por exemplo, que desfilou no centro da cidade, com um público estimado em 1 milhão de pessoas, foram recolhidas 29 toneladas de lixo. No bloco das Favoritas, que também reuniu milhares de pessoas, foram 15 toneladas. Durante o desfile das escolas de samba da Série A, a segunda divisão do carnaval carioca, no Sambódromo, foram recolhidas 41 toneladas, enquanto que as festas e bailes de rua geraram 42 toneladas de resíduo sólido, principalmente na zona oeste.
Em Santa Catarina, na praia da Ferrugem, moradores e veranistas indignados reclamam da falta de educação e respeito para com a natureza esbelta do local. Gustavo Costa, 20, posta em suas redes sociais um vídeo do lixo pós noite de carnaval com a legenda: “8:00 da manhã, muito lixo, terra sem leis. Polícia arregou?! Overdose, coma alcoólico, drugs for free, e a maré alta levando todo lixo para água. Danos que dinheiro nenhum concerta. ”
Por mais que tenha reduzido o número de lixo coletado cada ano que passa, em todos os Carnavais ainda se tem um resultado muito catastrófico, ambientalmente falando. Esse feriado sempre se tratou de muita animação e diversão, resultando até em muitas pessoas sendo inconvenientes, sem limites, por não entender que nem todas as pessoas desejam curtir o Carnaval 24 horas do dia.
Carnaval é divertido, mas não deixa de existir respeito. Respeito pelo próximo, pelo ambiente que as pessoas se encontram e pelas crianças que coabitam as marchinhas. Cada dia conta na luta ambiental. No próximo Carnaval, vamos tentar ser melhores!
Texto* | Catarina Schmitz Feijó
Referências: Plataforma terráqueos; Folha uol; Diario de Pernambuco; Ecodesenvolvimento.