Os termos agroecologia, agricultura orgânica e agrofloresta estão diretamente interligados na abordagem ecológica que compreende as mudanças do século XXI. Entretanto, tais conceitos, quando vistos de forma individual, ainda confundem grande parte das pessoas devido as pequenas diferenças que possuem.
Separando as características de cada um para cooperar no entendimento contextual dessas práticas, com o objetivo de fomentar a curiosidade e interesse sobre a produção de alimentos junto a natureza, temos:
Refere-se ao estudo da agricultura baseada numa perspectiva ecológica com a intenção de compreender os padrões da natureza para produzir alimentos de maneira sustentável. Tem como padrão, analisar os ecossistemas agrícolas, abordando os processos agrícolas de maneira ampla, não só visando maximizar a produção mas também otimizar o agroecossistema total otimizando os recursos disponíveis no local – favorecendo a biologia do solo para promover um cultivo fértil e uma regulação natural de pragas.
Nesse sentido, a agroecologia não existe isoladamente, ela é uma ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, além de incorporar também saberes populares e tradicionais. Ela também é vista como um movimento de empoderamento e capacitação da agricultura familiar, sendo uma ferramenta para encontrar a identidade, a autonomia e as raízes culturais do agricultor no processo produtivo.
Resumidamente então, a base de conhecimento da agroecologia se constitui mediante a sistematização e consolidação de saberes e práticas (empíricos tradicionais ou científicos), visando à agricultura ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa.
Sistemas agroflorestais é uma prática que conecta, de forma intencional, as etapas de desenvolvimento de uma floresta com a união da pecuária, horticultura, fruticultura, entre outros. É uma técnica de agricultura que copia a natureza, sem o uso de venenos ou fertilizantes, capaz de frear as mudanças climáticas, recuperar ecossistemas, etc.
Como resultado, desenvolve diversos benefícios ambientais, sociais e culturais – como, por exemplo, a integração da natureza junto ao nosso sistema de produção.
É importante ressaltar que a utilização da agrofloresta como forma de cultivo carece de técnicas antigas de povos tradicionais do mundo todo, unindo a elas conhecimentos científicos e suas interações com a fauna nativa. Os sistemas agroflorestais cooperam para a conservação e recuperação de solos degradados e nascentes de água.
O grande idealizador desse sistema é o Ernst Gotsch que fez um trabalho incrível na Bahia onde ele comprou um terreno extremamente seco e pobre, e o transformou num paraíso biodiverso resgatando diversas nascentes d’água.
Processos ecológicos, biodiversidade e ciclos adaptados às condições locais são os pilares do sistema de produção orgânico. Além disso, está diretamente relacionado com a saúde dos solos, do ecossistema e das próprias pessoas. Não utiliza, principalmente, insumos e substâncias químicas a fim de evitar os efeitos adversos que promovem resultados negativos no cultivo.
Garante a saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e desenvolve tecnologias apropriadas à realidade local de solo, topografia, clima, água, radiações e biodiversidade própria de cada contexto, mantendo a harmonia de todos esses elementos entre si e com os seres humanos.
Com o objetivo de gerar benefícios ambientais e sociais, promovendo uma notável qualidade de vida, a agricultura orgânica combina tradição, inovação e ciência para compartilhar relações justas no biossistema atual.
Referência: Horteria
*Texto | Catarina Schmitz Feijó