Você já ouviu falar na estação de tratamento de águas residuais?
À medida que enfrentamos desafios crescentes relacionados à poluição e escassez de água, surge a necessidade de soluções inovadoras e ecológicas para tratá-las com eficiência e, ao mesmo tempo, promover a fauna e a flora locais.
Esse modelo de solução pode ser conhecido como Living Machine (“máquina viva”), um tipo de sistema que utiliza a natureza como sua principal aliada no processo de tratamento de águas residuais.
Neste artigo, conheça mais sobre a tecnologia da Living Machine e como ela está revolucionando a estação de tratamento de águas residuais por raízes de plantas. Continue a leitura abaixo para conferir!
O que é uma Living Machine?
Uma living machine é uma estação de tratamento de águas residuais inspirada na natureza que emprega processos biológicos e físicos para purificar as águas residuais de forma sustentável.
A Living Machine nada mais é do que uma inovação ambiental que combina tecnologia e natureza para limpar as águas residuais de forma eficaz e sustentável.
O sistema é projetado para imitar os processos naturais que ocorrem nos ecossistemas aquáticos, com destaque para a capacidade das plantas e microorganismos de remover poluentes da água.
Vantagens da utilização de uma estação de tratamento de águas residuais por raízes de plantas
A estação de tratamento de águas residuais realizado por uma Living Machine oferece uma série de vantagens significativas como:
1.Sustentabilidade ambiental
Uma das maiores vantagens do tratamento de águas residuais por sistemas do tipo Living Machine é a sua abordagem sustentável.
O sistema imita os processos naturais, o que reduz a necessidade de produtos químicos e equipamentos intensivos em energia.
Além disso, o processo de tratamento por raízes de plantas promove a biodiversidade e a revitalização dos ecossistemas, ao contrário dos sistemas convencionais que podem causar danos ambientais.
2.Eficiência energética
Os sistemas que essa tecnologia traz são conhecidos por seu baixo consumo de energia em comparação com as estações de tratamento de águas residuais convencionais.
Isso ocorre porque eles dependem principalmente de processos naturais, como a fotossíntese das plantas, para impulsionar o tratamento, reduzindo assim a pegada de carbono.
3.Recuperação de recursos
Além de tratar a água, as plantas em uma Living Machine podem absorver nutrientes, como nitrogênio e fósforo, presentes nas águas residuais.
Esses nutrientes podem ser posteriormente colhidos e reaproveitados na agricultura, fechando o ciclo de nutrientes e reduzindo a necessidade de fertilizantes sintéticos.
4.Estética e valor paisagístico
Uma estação de tratamento de águas residuais considerada convencional, muitas vezes causa impactos negativos na paisagem.
Por outro lado, as Living Machines podem ser projetadas de forma a se integrar harmoniosamente com o ambiente e até mesmo melhorar a paisagem, criando áreas verdes agradáveis para a edificação ou o lugar que a rodeia.
5. Redução do consumo de água potável
À medida que a água tratada por essa tecnologia é purificada, ela pode ser usada para fins não potáveis, como irrigação de parques, descarga de vasos sanitários e resfriamento industrial.
Isso ajuda a reduzir a demanda por água potável e a conservar esse recurso vital.
6.Adaptabilidade e escalabilidade
Os sistemas de Living Machine são altamente adaptáveis e podem ser dimensionados de acordo com as necessidades específicas de um local. Isso os torna uma solução flexível que pode ser implementada em áreas urbanas, rurais ou industriais.
Wetlands e o sistema integrado ecoesgoto: as Living Machines da Ecotelhado
A Ecotelhado possui tecnologias de Living Machine: as Wetlands e o Sistema Integrado Ecoesgoto.
As Wetlands se destacam como um sistema de tratamento de efluentes interessante por apresentar tecnologia simples, fácil operacionalidade, de baixo custo e possibilitam o reuso de água, agregando além dos benefícios do tratamento dos efluentes, uma economia nos gastos de tratamento de água.
Elas criam um ecossistema mais equilibrado já que, além dos processos de autodepuração da água, também promovem maior umidade da região propiciando o desenvolvimento da vegetação e um melhor equilíbrio térmico dos ambientes.
O Sistema Integrado Ecoesgoto é um sistema de tratamento de efluentes integrado ao paisagismo que utiliza o design biofílico em sua construção.
Com ele, é possível tratar tanto águas cinzas (sem patógenos, como a água do chuveiro, torneiras e máquina de lavar) quanto águas negras (com patógenos, proveniente dos vasos sanitários).
Ele é composto por diversas tecnologias de infraestrutura verde combinadas, a fim de que as águas residuais produzidas por uma edificação sejam tratadas e que essas águas, ao mesmo tempo, irriguem a vegetação instalada.
Assim, fazem parte do Sistema Integrado Ecoesgoto o Jardim Vertical Mamute, o Sistema Laminar Alto, o Ecopavimento,a Cisterna Subterrânea de Água da Chuva (Ecodreno) e o Vermifiltro.
Assim, Wetlands fazem parte do Sistema Integrado Ecoesgoto, pois grande parte das impurezas das águas residuais são tratadas pelas raízes das plantas, especialmente na etapa em que a água transita junto ao Sistema Laminar Alto (que pode reter cerca de 180 litros/m²), mas também junto às existentes no próprio jardim vertical e na superfície situada sobre a cisterna subterrânea de água da chuva.
Contudo, há, também, no Sistema Integrado Ecoesgoto, a limpeza da água feita por meio da fauna, através de minhocas que trabalham no Vermifiltro.
O Vermifiltro é um filtro de tratamento de efluentes biológico constituído de uma única câmara que varia de tamanho de acordo com o projeto e o volume de efluente a ser tratado, composto de camadas sucessivas que asseguram presença de oxigênio, promovem retenção de matéria orgânica e criam habitat para a fauna do filtro. Ele retém a matéria orgânica que será digerida por minhocas, garantindo a permeabilidade do sistema.
Desse modo, o Sistema Integrado Ecoesgoto traz muitos benefícios:
- Processa gordura, óleos vegetais e papel higiênico;
- Decompõem o lixo orgânico, reduzindo a coleta municipal;
- Reuso da água para irrigação de plantas;
- Menor custo de implantação;
- Baixa manutenção;
- Não produz lodo;
- Sem odores, não emite metano;
- Sem bombas de ar;
- Pode ser incorporado ao paisagismo.
Enfim, tecnologias de infraestrutura verde do tipo Living Machine como, por exemplo, as Wetlands e o Sistema Integrado Ecoesgoto, representam uma abordagem muito interessante para o tratamento de águas residuais, trazendo muitos benefícios ambientais, econômicos e sociais ao local onde instaladas.
Como a demanda por tratamento de águas residuais mais sustentável e eficaz continua a crescer, essas tecnologias se revelam como uma solução promissora, pavimentando o caminho para um futuro mais limpo e ecológico.
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Imagens: arquivo Ecotelhado