Você já viu ou utilizou alguns exemplos de inteligência artificial na arquitetura?
Mais do que a expressão do momento, parece evidente que essa tecnologia se trata de uma virada de página para o cotidiano de empresas e pessoas.
Assim como há tempos já acontece com os smartphones, internet e os computadores, viver (ou, no mínimo, trabalhar) sem utilizá-la será impossível. E claro que no setor da arquitetura não será diferente!
Portanto, neste artigo iremos mostrar alguns exemplos de inteligência artificial utilizados na arquitetura. Então continue a leitura deste conteúdo abaixo e confira!
O que é inteligência artificial (IA)?
A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia inovadora que permite que programas e aplicativos possam imitar o jeito como nós, humanos, pensamos. Isso acontece graças a um monte de instruções e sistemas que analisam dados e resolvem problemas mais complexos.
Embora o conceito de inteligência artificial não seja tão recente, a capacidade de desenvolvê-la de maneira eficiente e prática foi limitada devido a diversos fatores que ainda não estavam disponíveis ou acessíveis para os desenvolvedores desse tipo de software.
Isso resultava em ideias como robôs com capacidade de pensamento humano sendo consideradas mais como elementos de ficção do que possibilidades reais.
No entanto, isso começou a mudar a partir da popularização da internet e das possibilidades de coleta e armazenamento de dados dos usuários, desde aquelas registradas nos mecanismos de busca (como perguntas e respostas), quanto ao seu comportamento nas redes sociais (por meio das suas “curtidas”, audiência, comentários, postagens, seguidores, etc).
Além disso, também era necessária a existência de uma computação (hardwares) potente e acessível para processamento rápido e eficiente, o que, hoje em dia, enfim, é possível constatar, especialmente se analisarmos a popularização dos smartphones.
Isso permitiu que se desenvolvesse a inteligência artificial que vemos hoje, capaz de se adaptar a novos estímulos e desempenhar funções que normalmente exigem inteligência humana, como interpretação visual, raciocínio, aprendizado e tomadas de decisões.
As respostas fornecidas pelos softwares de IA podem se dar das mais diversas maneiras, de cálculos rápidos aos mais variados textos bem elaborados e detalhados, o mesmo ocorrendo com imagens, ilustrações e, claro, com projetos arquitetônicos em suas mais diversas fases.
A inteligência artificial aplicada na arquitetura
Antes de falarmos dos exemplos de inteligência artificial aplicados à arquitetura, é preciso saber que, além dos requisitos gerais para que se desenvolvessem softwares adequados para esse fim, também era preciso que outras inovações tecnológicas viessem à tona.
É o caso do BIM (Building Information Modeling), processo digital que possibilita que as informações imprescindíveis para a gestão de todo o ciclo de vida de um projeto sejam colhidas em um único modelo.
A Internet of Things (IoT ou Internet das Coisas) é outro elemento que, a partir de seu desenvolvimento, permitiu que a IA se mostrasse mais viável e aplicável, pois se trata de um sistema de dispositivos computacionais conectados que conseguem transmitir dados em uma rede sem que seja necessária qualquer interação humana.
Outra inovação que abriu caminho para a IA aplicada na arquitetura são as tecnologias de Realidade Aumentada e de Realidade Virtual, que passaram a possibilitar que os usuários pudessem realizar uma imersão dentro da própria maquete arquitetônica como se caminhassem em meio ao projeto já executado e erguido, possibilitando uma avaliação do seu resultado final com uma precisão única.
Exemplos de inteligência artificial aplicada à arquitetura
A partir de inovações como essas acima, enfim foi viabilizada a aplicação de tecnologias de inteligência artificial na arquitetura.
Confira abaixo, alguns exemplos da inteligência artificial utilizada nesse setor.
Integração de Dados junto ao BIM
As tecnologias de BIM citadas acima, permitem a utilização de métodos específicos e de soluções que demonstram resultados e fazem a gestão das informações relevantes, concentrando tecnologias e processos integrados que viabilizam a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de uma construção de forma colaborativa, auxiliando a todos os envolvidos no empreendimento durante todo o ciclo de vida da edificação.
Assim, uma vez habilitado para IA, o software BIM aprende e detecta padrões a partir dos dados armazenados, tomando decisões de forma autônoma sobre como melhorar e automatizar os processos de projeto e de construção de edifícios.
Eficiência da arquitetura paramétrica
A arquitetura paramétrica trabalha com o uso de algoritmos para estabelecer parâmetros de projetos, buscando-se, com eles, soluções arquitetônicas.
Assim, dimensões e informações específicas para a funcionalidade de um projeto são adicionadas pelo design paramétrico, como estruturas, materiais de construção, questões climáticas e ruídos.
Comparando-a aos métodos arquitetônicos tradicionais, o paramétrico reduz significativamente os tempos de projeto, e as tecnologias de inteligência artificial caem como uma luva para a sua aplicação eficiente.
Construção e segurança
Um dos fortes exemplos de inteligência artificial aplicada na arquitetura são basicamente tudo o que envolve robótica e automação, pois elas andam lado a lado.
Assim, softwares integrados a máquinas utilizadas no serviço executado, desde aquelas que realizam tarefas diretas na construção, passando por drones inteligentes que averiguam a segurança no local da obra, se revelam cada vez mais importantes para um empreendimento preciso e ciente de eventuais condições potencialmente perigosas.
Domótica
Falando em automação, não podemos deixar de falar sobre um dos principais exemplos de inteligência artificial é a domótica, tecnologia que viabiliza a automação de recursos habitacionais.
É o que envolve a ideia de smart homes (casa inteligente), trazendo mais conforto, comodidade e praticidade para a realização de atividades diárias relacionadas à comunicação e segurança de forma remota.
Aproveitando-se recursos de inteligência artificial com tecnologias IoT, o desenvolvimento de edifícios inteligentes que otimizam o consumo de energia e melhoram a segurança e o conforto dos ocupantes se torna muito mais preciso.
Renderização
A renderização arquitetônica, também chamada simplesmente como visualização arquitetônica, cuida do desenvolvimento de imagens e animações em 2D e 3D que ilustram designs arquitetônicos. Por meio de softwares de inteligência artificial, essas renderizações são ainda mais precisas e realistas, possibilitando a definição automática de parâmetros que viabilizam a obtenção de imagens de alta qualidade sem que o usuário precise despender grandes esforços, ou realizar renderização em tempo real, que permitem avaliar a desempenho do projeto enquanto a modelagem é executada.
Claro, há outros exemplos de aplicação de inteligência artificial na arquitetura, mas já dá pra perceber como é importante e fundamental dela fazer uso. Afinal, como já dissemos, quem não o fizer, ficará para trás.
Aliás, isso também vale para projetos de arquitetura sustentável e ecológica que envolvam infraestrutura verde e design biofílico.
Inteligência artificial, infraestrutura verde e design biofílico
O potencial da inteligência artificial para dar mais eficiência e precisão a projetos que envolvam design biofílico e a utilização de tecnologias de infraestrutura verde também está se tornando cada vez mais evidente.
Softwares de inteligência artificial como esses referidos acima podem ser utilizados para identificar áreas com maior potencial para desenvolvimento de infraestrutura verde, otimizando seus projetos a partir, por exemplo, de uma seleção mais precisa da vegetação e dos tipos de solo mais adequados para um determinado local.
A IA também pode ser usada para monitorar o desempenho da infraestrutura verde ao longo do tempo, permitindo gerenciamento e manutenção mais eficazes.
Outro exemplo de aplicação de IA em projetos que envolvam design biofílico e infraestrutura verde está na identificação de áreas com maior potencial de sequestro de carbono, otimizando-se o projeto para maximizar seu potencial.
Como se não bastasse, o uso de sistemas de inteligência artificial torna mais ágil a utilização de ferramentas como o BIM e suas bibliotecas, por exemplo, projetando de forma mais precisa aspectos relativos a:
- Ventilação natural, iluminação natural e medidas eficazes de sombreamento;
- Eficiência da energia solar;
- Reciclagem de águas pluviais e reciclagem de resíduos;
- Uso externo de solo permeável;
- Uso de materiais verdes, como jardins verticais e telhados verdes.
Ou seja, também para projetos que envolvam design biofílico e infraestrutura verde, a utilização de softwares de inteligência artificial veio para ficar.
E o contraponto?
Claro que, como em tudo na vida, há prós e contras.
Assim, os críticos do uso da IA na arquitetura argumentam que seus softwares tendem a desenvolver projetos de maneira viciada, ou seja, projetos que, embora tecnicamente adequados, se mostram presos a determinados algoritmos que acabam deixando de lado elementos espontâneos da criatividade humana e de outros contextos arquitetônicos que, ainda que possam se encontrar “fora de moda”, de forma alguma são descartáveis.
Isso significa que os softwares de inteligência artificial não devem ser utilizados cegamente, mas como um necessário complemento ao trabalho técnico, estético e artisticamente criativo do profissional.
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Demais imagens: Arquivo Ecotelhado