Fitorremediação das águas do Arroio Dilúvio em Porto Alegre

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A poluição dos rios, lagos e outros corpos d’água é um problema crescente que afeta o meio ambiente e a saúde das comunidades ao redor do mundo. 

No entanto, uma técnica simples, sustentável e inspirada na própria natureza tem se mostrado eficaz na solução desse desafio: a fitorremediação. 

Por meio do uso de plantas capazes de absorver e filtrar substâncias tóxicas, essa prática combina ciência e ecologia para restaurar ambientes contaminados.

Neste artigo, você descobrirá como funciona a fitorremediação, quais espécies vegetais podem ser utilizadas e os benefícios dessa técnica milenar, hoje aprimorada para enfrentar problemas modernos. 

Se você busca entender como a natureza pode ser uma aliada poderosa na recuperação ambiental, continue lendo e mergulhe no universo da fitorremediação.

O que é a fitorremediação das águas?

A fitorremediação é uma técnica ambientalmente sustentável que utiliza plantas para reduzir a poluição de solos, águas e até do ar. Embora o termo seja relativamente recente, a prática é antiga e remonta aos tempos dos episódios, que já usavam florestas para despoluir esgotos urbanos que desembocavam no Rio Nilo.

Como funciona a fitorremediação?

O princípio básico dessa técnica é a capacidade das raízes das plantas de atuar como filtros biológicos. Além de absorver água e nutrientes essenciais para o crescimento, algumas espécies possuem a habilidade de capturar elementos nocivos, como metais pesados, petróleo e compostos orgânicos. 

Essas plantas, ao incorporar os contaminantes à sua biomassa, ajudam a descontaminar o ambiente de forma natural.

A escolha da planta certa é essencial para o sucesso da fitorremediação. Exemplos comuns incluem:

  • Junco;
  • Aguapé,
  • Lírio-do-campo.

Essas plantas, muitas vezes ponderadas, têm um papel essencial na identificação e na redução da poluição orgânica. O crescimento natural delas em uma área pode, inclusive, indicar a presença de contaminantes, pois elas se adaptam para sobreviver em ambientes poluídos, ajudando a purificá-los.

Benefícios da fitorremediação de águas

Essa estratégia conta com diversos benefícios, como, por exemplo:

  • Solução natural e de baixo custo: dispensa o uso de equipamentos complexos, dependendo apenas das plantas e de um manejo adequado;
  • Recuperação ambiental sustentável: minimizar os impactos ambientais sem gerar resíduos adicionais;
  • Aplicação prática em áreas rurais: muitas espécies usadas na técnica já fazem parte do ecossistema local, facilitando sua implementação,
  • Melhoria na qualidade da água: rios, lagos e represas podem ser purificados, proporcionando benefícios para a biodiversidade e para as comunidades humanas próximas.

Fitorremediação nas águas do Arroio Dilúvio em Porto Alegre l RS

Alunos do colégio Farroupilha, em Porto Alegre (RS) desenvolveram um projeto, com auxílio da Ecotelhado, para a fitorremediação das águas do Arroio Dilúvio, sendo um dos projetos selecionados para a Mostratec.

A pesquisa tem por objetivo de estudo a fitorremediação como um método de purificação de ambientes aquáticos, utilizando plantas para filtrar substâncias tóxicas em meios hídricos. 

Também, a pesquisa leva em consideração que o Lago Guaíba é uma importante fonte de água para a população de Porto Alegre, mas enfrenta contaminação devido ao esgoto e à poluição, afetando a saúde pública e a biodiversidade local, incluindo as comunidades ribeirinhas. 

O aumento da contaminação, especialmente após as enchentes de 2024, elevou os riscos de doenças transmitidas por água.

Com isso, o projeto pretende contribuir com a busca de uma alternativa para a melhoria da qualidade das águas do Arroio Dilúvio, por meio da utilização de três espécies de plantas aquáticas em jardins filtrantes: Typha domingensis, Thalia geniculata e Enchhornia crassipes e a análise de seus potenciais fitorremediadores em relação à quantidade de coliformes fecais em amostras de água coletadas. 

Os resultados parciais obtidos até o momento com a pesquisa revelam que os três ambientes com as plantas filtrantes e suas triplicatas: Typha domingensis, Thalia geniculata e Enchhornia crassipes, deram resultados positivos para a presença de coliformes fecais na água após 1 semana do início da prática.

Ademais, após a primeira semana do início dos testes, os coliformes fecais continuavam vivos no ambiente controle. Pretende-se, ao final desta pesquisa, identificar o potencial fitorremediador das espécies quanto aos coliformes presentes na água do Arroio Dilúvio, analisando, portanto, o impacto que os jardins filtrantes trariam se implementados no local.

Para saber mais sobre o projeto, leia o artigo completo sobre o seu desenvolvimento.

Como aplicar a fitorremediação?

Antes de adotar a técnica, é fundamental identificar as substâncias presentes na água ou no solo. Essa análise é crucial para determinar quais espécies de plantas serão mais eficazes na bioacumulação de contaminantes específicos. Para isso, recomendamos a consulta a um profissional capacitado, como engenheiros ambientais ou agrônomos especializados.

Fitorremediação: solução inovadora para o meio ambiente!

Como vimos ao longo do artigo, a fitorremediação destaca-se como uma alternativa promissora e sustentável para enfrentar os desafios da poluição de águas e solos. Utilizando o poder das plantas para filtrar e transformar substâncias tóxicas, essa técnica não apenas ajuda a restaurar ambientes degradados, mas também contribui para a preservação dos recursos naturais e para um futuro mais equilibrado.

Ao integrar a ciência, a prática ambiental e o conhecimento sobre as espécies vegetais mais adequadas, a fitorremediação pode beneficiar tanto grandes áreas urbanas quanto pequenas propriedades rurais!