(Imagem: Carlos Macedo / Divulgação Fecomércio-RS )
Você sabia da possibilidade de linhas de financiamento para construções verdes?
Sabemos que construir não é barato; reformar, tampouco.
Na hora de contratar uma empresa ou um profissional para o serviço, a maioria das pessoas faz as contas, vê o que tem disponível e, se a verba estiver garantida, segue adiante na empreitada. Caso contrário, o sonho fica em stand by.
Agora, como em quase tudo, se der pra parcelar, a coisa muda de figura.
O valor disponível não precisa ser tão elevado, bastando haver condições para bancar a parcela, e se for em várias prestações, maior a chance de ter mais gente realizando a obra.
A novidade é que as linhas de financiamento se tornaram uma possibilidade para aqueles que buscam recursos para investir em construções sustentáveis com certificações verdes.
Para entender mais, leia o conteúdo abaixo. Confira!
O que são as certificações verdes?
Certificações verdes, selos de sustentabilidade e outras nomenclaturas similares dizem respeito à confirmação, por meio de alguma instituição idônea, de que determinadas construções atendem a certos pré-requisitos que as tornam ambientalmente corretas.
Há diversas certificações verdes, como a Leed, Aqua-HQE, Edge, GBC Condomínio, Breeam, entre outras. Confira abaixo as especificidades de cada uma delas.
EDGE
A certificação EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies) foi criada em 2015 pelo Internacional Finance Corporation (IFC), órgão do Banco Mundial, e é focada em energia, eficiência hídrica e materiais, e pode ser viabilizada, inclusive, em empreendimentos de padrão econômico.
AQUA-HQE
O selo AQUA-HQE, de origem francesa e certificado, no Brasil, pela Fundação Vanzolini, dá destaque para o uso racional de água e energia e para o conforto daqueles que utilizam a edificação e das comunidades vizinhas.
A certificação prevê auditorias presenciais ao longo do desenvolvimento do projeto e da execução da obra a fim de conferir se os critérios de sustentabilidade vêm sendo atendidos.
LEED
O selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é, para muitos, a principal plataforma utilizada para green buildings ou edifícios verdes no mundo.
A certificação visa a incentivar a transformação dos projetos, obras e as operações das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações levando em conta os seguintes aspectos:
- Localização e Transporte,
- Espaço Sustentável,
- Eficiência do uso da água,
- Energia e Atmosfera,
- Materiais e Recursos,
- Qualidade Ambiental Interna,
- Inovação e Processos e Créditos de Prioridade Regional.
GBC Condomínio
Inspirado no LEED e também certificado, em nosso país, pelo Green Building Council do Brasil, o selo GBC Condomínio é aplicável a novas construções de edifícios multifamiliares.
A certificação tem como objetivo reconhecer projetos que:
- Demandam menores custos operacionais e incrementam o valor patrimonial,
- Reduzam resíduos que iriam para aterros sanitários,
- Tenham maior eficiência hídrica e energética,
- Reduzam emissões de poluentes
- Promovam ambientes mais saudáveis e biofílicos.
Breeam
A certificação Breeam (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) foi criada na Inglaterra em 1992, sendo o primeiro método de avaliação de edifícios sustentáveis do mundo.
Seus critérios envolvem gestão, saúde e bem-estar, energia, transporte, água, materiais, resíduos, ecologia e uso do solo, poluição e inovação.
Há outras certificações, mas essas são as de maior destaque em nosso país.
O fato é que cada uma possui suas próprias peculiaridades e instituições responsáveis pela sua conferência e, uma vez atendidos os seus respectivos requisitos, confere-se à construção o selo de sustentabilidade a que faria jus.
Obtê-los não é tão simples, mas também não chega a ser complexo.
Claro, há certificações mais completas do que outras, e, dentro delas, diferentes graduações de sustentabilidade do empreendimento.
O maior desafio, porém, são os recursos necessários para a elaboração e execução do projeto, além do valor dos materiais a serem adquiridos e instalados, sem falar na mão-de-obra especializada.
Por vezes, o investimento é acessível, mas nem sempre. Quanto maior a obra ou a reforma, ou quanto mais ambicioso é o selo visado, maiores serão os gastos necessários.
Essa é a importância, portanto, das linhas de financiamento que vêm sendo criadas pelas instituições financeiras para incentivar o desenvolvimento de projetos com certificações verdes.
Conheça linhas de financiamento para construções sustentáveis certificadas
Quase todas as instituições financeiras mais conhecidas em nosso país disponibilizam linhas de financiamento para construções sustentáveis.
No entanto, o critério para a sua concessão passa por análises mais subjetivas dos clientes e dos empreendimentos, havendo uma carência do que, efetivamente, pode ser financiado. Além disso, os créditos se dão, muitas vezes, de forma difusa.
Por exemplo: um mesmo banco oferece uma determinada linha de crédito para instalação de painéis fotovoltaicos e outra para instalação de painéis de aquecimento hidráulico solar, em vez de ambas as medidas integrarem um mesmo programa de financiamento.
Por outro, as linhas de crédito vinculadas a determinadas certificações sustentáveis apresentam a vantagem de não só apresentá-las como referência aos projetos que buscam ser financiados, como também trazem na bagagem todos os requisitos envolvidos nessas certificações e naquilo que seus respectivos check-lists exigem.
Recentemente, o Itaú e o Santander lançaram linhas de financiamento nesse sentido.
Linha de financiamento Itaú
No caso do Itaú, a instituição disponibiliza o Plano Empresário Verde, que traz condições diferenciadas de financiamento aos empreendimentos comerciais ou residenciais que tenham obtido o selo EDGE.
Linha de financiamento Santander
Já o Santander lançou, no último mês de junho, uma linha de financiamento destinada a construtoras e incorporadoras para estimular projetos residenciais certificados com os processos Aqua-HQE e GBC Brasil Condomínio, sendo possível financiar até 100% dos custos da obra, com liberação dos recursos a partir de 1% de conclusão do projeto.
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