LIXO, COLETA SELETIVA E COMPOSTAGEM – VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NESSE ASSUNTO?

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Este assunto foi mencionado na nossa história do Instagram, e resolvemos comentar um pouco mais sobre LIXO e seus “pormenores” neste post da semana do blog. A média de pessoas que visualizou foi de 700, e de quem respondeu foi de 200.

Na nossa enquete perguntamos as seguintes frases, e em seguida segue suas respectivas respostas:

– Você separa o lixo orgânico do seco na sua casa?

71% SIM 29% NÃO

– Sua cidade tem separação de lixo na hora de coletá-lo?

50% SIM 50% NÃO

– Você acha importa separar o lixo?

97% SIM 3% NÃO

– Você sabia que 85% dos brasileiros não separa seu lixo?

64% SIM 36% NÃO

– Você composta seu lixo orgânico?

27% SIM 73% NÃO

– Você sabe o que é economia circular?

26% SIM 74% NÃO

– Você compostaria seu lixo orgânico se pudesse?

95% SIM 5% NÃO

– Você sabe o que ocorre ao compostarmos o lixo orgânico?

67% SIM 33% NÃO

Latas de lixo (Foto: Andrew Redington/GettyImages)

Quem passou, assim como eu, esta temporada da virada do ano no Rio de Janeiro, pode perceber a quantidade imensa de lixo que, de vez em quando, vem com as correntes do mar. E essa não é a realidade apenas de algumas praias no Rio de Janeiro, mas sim de várias praias ou lagos em todo nosso país, seja pelo lixo que produzimos, ou mesmo pelo esgoto que despejamos, as vezes sem qualquer tratamento prévio.

Se você pode separar o lixo reciclável do lixo orgânico e ter a certeza de que eles vão para o destino correto, você é minoria no Brasil. Um novo estudo encomendado pelo Cempre, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem, mostra que quase 170 milhões de brasileiros não são atendidos por coleta seletiva em suas cidades. Estamos muito longe de criar uma economia circular. Pouco mais de 1.000 municípios contam com a coleta seletiva e destinam os resíduos para reciclagem no Brasil.

Segundo a pesquisa, 1.055 municípios têm programas de coleta seletiva. Como o Brasil tem mais de 5 mil cidades, esse número representa apenas 18% dos municípios. Quando analisamos a quantidade de cidadãos atendidos ou com acesso a algum programa de reciclagem, a porcentagem cai. Só 31 milhões de brasileiros – cerca de 15% da população total do país – podem contar com o “luxo” de separar o lixo. Ou seja, 85% dos brasileiros não têm como destinar resíduos para a reciclagem.

As capitais do Sul – Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba – conseguem atender praticamente 100% dos cidadãos. Outro caso interessante é o Rio de Janeiro. Como a cidade foi sede da Olimpíada, ela conseguiu financiamento no BNDES para melhorar a coleta. O resultado aparece nos números. O Rio de Janeiro triplicou a quantidade de toneladas de resíduos destinados para a reciclagem, mas aparentemente após as Olímpiadas estes números decaíram. Eles ainda estão longe do ideal – só 60% da cidade é atendida pela coleta seletiva.

Para Vitor, presidente do Cempre, o que falta agora é um maior engajamento das prefeituras. “O entrave é político, e as prefeituras precisam se engajar mais. Quando a política foi aprovada, o governo federal criou linhas de financiamento para o município fazer o plano de gestão, que é a primeira etapa antes de fechar os lixões ou implantar a coleta seletiva. Mas houve um baixo engajamento dos municípios”, diz.

Uma das formas de pressionar por maior participação das prefeituras é cobrar por políticas de coleta seletiva nas eleições municipais deste ano, já que a coleta é responsabilidade de prefeitos. Para o Cempre, outra forma de pressionar é buscar uma mudança de compreensão sobre a reciclagem. Hoje ela é vista apenas como um processo que faz bem para o meio ambiente. Ele acredita que é preciso conscientizar a população de que também faz sentido do ponto de vista econômico. “O resíduo hoje é um bem econômico. Ele pode voltar para a indústria como novo produto, evitando o uso de matérias-primas.”

Como podemos reutilizar o lixo e torna-lo econômico? Como a economia circular pode transformar lixo em ouro? E então volto a pergunta que fizemos no Instagram, onde 74% das pessoas que responderam falaram que não sabiam o que era economia circular.

Economia circular propõe uma mudança em toda a maneira de consumir, do design dos produtos até nossa relação com as matérias-primas e resíduos. É um conceito econômico que faz parte do desenvolvimento sustentável e de conceitos econômicos inspirados em noções de permacultura, de economia verde, de economia de uso ou da economia de funcionalidade, da economia desempenho e da ecologia industrial, e que emerge como alternativa à economia linear.

Comparativo entre economia linear vs. circular
Economia circular

Propõe que os resíduos de uma indústria sirvam para matéria-prima reciclada de outra indústria ou para a própria. Não só isso, como, pretende desenvolver produtos tendo em mente um reaproveitamento que mantenha os materiais no ciclo produtivo. Esse conceito também é chamado de “cradle to cradle” (do berço ao berço), onde não existe a ideia de resíduo, e tudo é continuamente nutriente para um novo ciclo.

Por exemplo aqui na Ecotelhado, gostamos de dizer que somos uma empresa que realmente se preocupa com a questão da sustentabilidade. Nossos produtos são desenvolvidos com plástico, sim, mas o plástico é reciclado e eles são feitos no Brasil. Sem contar que nossa premissa ao desenvolver os sistemas é pensar na questão da água, pois como tratamos com plantas, não seria sustentável utilizar muita água potável para irriga-las, por isso os sistemas têm reserva de água e, caso o cliente queira, conseguimos reutilizar toda água da edificação para usos não potáveis. Acreditamos que ser sustentável é ter um estilo de vida.

Você já parou para pensar em como funciona a inteligência do planeta? Esse grande organismo vivo se gere e autorregula em um processo cíclico. A energia é provida pelo Sol em abundância e todo o “lixo” de uma espécie é alimento de outra. Tudo nasce para depois morrer e se transformar em energia para o ambiente novamente. O ciclo funciona em harmonia – ou deveria.

Pensando em todas essas questões, é impossível não pensar então no lixo orgânico, e o que fazer com ele. A compostagem não é uma prática nova, mas está ganhando popularidade. Há muito tempo agricultores já utilizavam o método de reciclagem do lixo doméstico para obtenção de fertilizante orgânico. Nos afastamos um pouco das tradições de nossos antepassados, remodelamos nossa cultura para facilitar nossas vidas, pois muita gente acha que lixo é ruim. Lixo não é ruim, principalmente falando sobre o orgânico. Lixo é algo que já podemos perceber que é um baita potencial.

Mas então, compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. A técnica de compostar ajuda na redução das sobras de alimentos, tornando-se uma solução fácil para reciclar os resíduos gerados em nossa residência.

As 95% de pessoas que votaram dizendo que se pudessem compostar seu lixo orgânico, o fariam, avisamos: Vocês já podem. Criamos uma composteira bem fácil de utilizar, ótima para se ter na área externa da residência, basta despejar o lixo orgânico dentro, e retirar o composto orgânico pela tampa em baixo.

5 atitudes que você pode tomar para melhorar os lixos no oceano:

  1. Pare de beber água em garrafas de plástico;
  2. Não jogue bitucas de cigarro na rua;
  3. Não use copos, talheres nem canudos descartáveis feitos de plástico;
  4. Seja um consumidor informado: Com o esgoto, os microplásticos da sua pasta de dente, produtos de higiene e roupas são lançados ao mar, compre coisas biodegradáveis;
  5. Evite embalagens e sacos plásticos;

Esperamos ter respondido as dúvidas referente a essa questão LIXO. Você tem interesse em saber mais sobre algum assunto que envolva sustentabilidade? Fale pra gente, pode ser pelos comentários do Facebook, Instagram ou mesmo por e-mail.

 

Texto | Catarina Schmitz Feijó

Referências | Ecycle; Epoca; Ecodesenvolvimento.

Data postada | 23.01.2018