O que são alimentos transgênicos? Os alimentos transgênicos são modificados geneticamente em laboratórios com o objetivo de conseguir “melhorar” a qualidade e aumentar a produção do produto. Os genes de plantas e animais são manipulados e muitas vezes combinados. Os organismos geneticamente modificados, depois da fase laboratorial, são implantados na agricultura ou na pecuária. A manipulação genética de plantas é relativamente simples e fácil, pois a partir de uma única célula se pode obter outra planta. As propriedades dos genes bacterianos de resistência a pragas na lavoura seriam transportadas para as plantas transgênicas, com o mesmo efeito, e isso viria a baratear o custo dos alimentos, ou seja, criar plantas que não encontramos na natureza.
Na agricultura, por exemplo, uma técnica muito utilizada é a introdução de gene inseticida em plantas. Desta forma consegue-se que a própria planta possa produzir resistências a determinadas doenças da lavoura. A biotecnologia aplica essas técnicas também na produção direta de alimentos industrializados.
Os grãos e sementes OGMs (organismos geneticamente modificados), além de levarem venenos no seu DNA, enquanto são manipulados em laboratórios para evitar o ataque de insetos e outras pragas, também precisam de agrotóxicos durante o cultivo. O que os cientistas alegam, é que os transgênicos levam uma quantidade menor de agrotóxicos em comparação aos produtos convencionais. Mas, mesmo assim, eles tem resíduos de pesticidas e os venenos químicos estão todos lá.
O maior problema é quando esses OGMs são liberados no ambiente sem estudos suficientes, aí temos os mais diversos problemas, intoxicação da população e animais, impacto ambiental, como por exemplo, uma planta que consegue se propagar mais velozmente que outras não modificadas e acabam por “cruzar” com indivíduos não transgênicos, “sufocando” a outra espécie e assim a extinguindo. Os transgênicos podem afetar a vida microbiana no solo, levando ao solo infértil devido ao risco de contaminação cruzada e, tragicamente, os impactos na natureza são irreversíveis.
Os possíveis efeitos na saúde humana dos transgênicos estão relacionados o aumento de alergias, aumento da resistência a tratamentos com antibióticos e alterações de peso em fígados e rins de cobaias. Além disso, segundo dados do Incor, os casos de câncer no Brasil, principalmente na região sul, quintuplicaram na faixa etária dos 15 aos 50 anos, em todos os órgãos, sem explicação plausível.
A biotecnologia dos alimentos acompanha a humanidade já de longa data, desde que o homem começou a produzir vinho, diversos tipos de cogumelos (fungos), etc., e estes se mostraram seguros para o consumo (salvo questões éticas e de saúde como vícios, alergias, etc..) depois de décadas de pesquisa e comprovação científica. O ruim é quando o assunto biotecnologia desloca-se para o âmbito da manipulação genética, pois não há pesquisas longas o suficiente para atestar sua segurança, e muito menos dados científicos transparentes, para avaliação e acompanhamento de sua ação no meio exterior ao das criações dos transgênicos.
Vários países estão adotando este método como forma de aumentar a produção e diminuir seus custos, sendo que o Brasil se tornou o segundo maior produtor de transgênicos no planeta, com 21,4 milhões de hectares plantados. Com isso, o Brasil plantou 16% dos 134 milhões de hectares de transgênicos cultivados em 2009 no mundo. No ranking, feito com dados relativos ao ano de 2009, o país ultrapassou a Argentina –cujo plantio chegou a 21,3 milhões de hectares– e fica atrás dos Estados Unidos (com 64 milhões). A base de produtos geneticamente modificados plantados no Brasil reside na soja (71%), no milho (31%) e no algodão (16%), segundo a entidade. Os principais Estados produtores que adotaram tecnologia transgênica são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.
Quando se estuda a história dos alimentos, os primeiros defensivos agrícolas (agrotóxicos) surgiram quando o ser humano passou a fazer uso da monocultura, e com isso, deixou de proteger naturalmente suas plantações (orgânicas) e abriu espaço para pragas diversas, e então, para resolver rapidamente o problema começaram os estudos sistemáticos sobre o uso de “compostos químicos” no fim do século XIX, depois foram largamente usados a base de cloro no ano de 1938, e depois se desenvolveram junto com a mecanização da agricultura nos anos 70, chegando aos venenos que encontramos hoje no mercado. Vêm desta época (e até antes) os primeiros ataques e críticas quanto ao uso excessivo de venenos (agrotóxicos) na agricultura. Uma das maiores defesas dos agrotóxicos é que estes exterminariam a fome mundial, já que acabariam com perdas de plantações, eram capazes de dar fim às pragas, bactérias, fungos, etc. que viessem a atacar as colheitas, aumentaria a produção de alimentos, mesmo fora de época de sazonalidade e barateariam os alimentos à quase “nada”, e ainda, por serem isentos de “microorganismos” eram seguros para o consumo e favoreceriam o desenvolvimento da totalidade de nutrientes do alimento. Porém, as variedades transgênicas não são mais produtivas do que as convencionais ou muitas das tradicionais; e tampouco suplantam a produção em menor escala dos orgânicos.
Existem sistemas alternativos de plantio, como a agrofloresta, que não são invasivos a natureza e que cultuam para o bem dela, pois traz a diversidade de volta, não precisando utilizar agrotóxicos e ajudando a manter nossos solos férteis. Já muitos países como Nova Zelândia, Dinamarca, Noruega, Japão, Austrália, Haiti, Áustria, Hungria, Grécia, Bulgária, Luxemburgo, França, Suíça, Índia, Tailândia, etc. não permitem transgênicos a sua população, e o lado bom é que ainda existe esperança a nosso planeta, mas precisamos de informação.
Referências: Eco Cheer Vegan; Apremavi; Yogui.
*Texto | Catarina Schmitz Feijó