Em 2025, pelo terceiro ano seguido, o Rio Grande do Sul se deparou com longos períodos de chuva, e é evidente a necessidade de as cidades se prepararem mais adequadamente para um contexto que não mais se apresenta como eventual, mas parte da rotina climática da região.
Assim, se soluções convencionais de drenagem e contenção claramente se revelam insuficientes, é preciso complementá-las com outras que conciliem eficiência, viabilidade econômica e benefícios coletivos com a capacidade de transformar ambientes urbanos em sistemas resilientes ao acúmulo e escoamento inadequados da água: são as Soluções Baseadas na Natureza e suas tecnologias de infraestrutura verde.
O problema das enchentes nas cidades contemporâneas
A urbanização acelerada, frequentemente desordenada, impôs sobre o território um padrão de ocupação que ignora características naturais do solo e dos cursos d’água. Áreas que antes exerciam papel essencial na absorção e escoamento das chuvas foram substituídas por asfalto, concreto e edificações impermeáveis.
Esse processo resultou em:
- Redução drástica da capacidade de infiltração dos terrenos.
- Aumento da velocidade de escoamento superficial, já que a água não encontra barreiras naturais.
- Maior incidência de alagamentos e inundações em áreas de vale e regiões baixas.
- Sobrecarga dos sistemas de drenagem convencional, muitas vezes dimensionados para padrões pluviométricos do passado.
Os prejuízos causados por enchentes se manifestam em múltiplas frentes:
- Econômicos: destruição de infraestrutura, prejuízo ao comércio, paralisação de serviços.
- Sociais: desabrigados, deslocamentos compulsórios, perda de bens e memórias.
- Ambientais: contaminação da água, erosão do solo, destruição de áreas verdes remanescentes.
- Sanitários: proliferação de doenças de veiculação hídrica.
Por isso, qualquer planejamento urbano contemporâneo precisa contemplar estratégias integradas de prevenção. Ainda que soluções convencionais, como canais de macrodrenagem, bueiros, reservatórios e diques, desempenhem papel importante, elas nem sempre dão conta da complexidade do problema.
Soluções convencionais: limites e desafios
Antes de explorarmos as alternativas baseadas na natureza, é importante entender por que as abordagens tradicionais frequentemente são insuficientes.
Sistemas convencionais de drenagem operam sob o princípio de retirar a água do ambiente urbano o mais rapidamente possível. Canais, galerias e tubulações são projetados para captar e transportar grandes volumes de água até um ponto de descarte (normalmente rios ou lagos). Essa lógica tem várias limitações:
- Capacidade limitada: são dimensionados para certos eventos de precipitação. Quando esses eventos se tornam mais intensos e frequentes, o sistema entra em colapso.
- Custos elevados: construção e manutenção exigem vultosos investimentos públicos.
- Efeitos colaterais: ao acelerar a descarga de água, aumentam o risco de enchentes a jusante.
- Falta de adaptação: sistemas rígidos não respondem bem a variações repentinas de volume.
Em síntese, embora necessários, os métodos convencionais não podem ser a única resposta. Há uma demanda crescente por alternativas mais flexíveis, distribuídas e economicamente viáveis, que atuem em conjunto com esses sistemas.
Soluções baseadas na natureza (SBNs): o que são e como ajudam?
As Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são abordagens que utilizam processos naturais para enfrentar desafios urbanos, climáticos e ambientais. Elas são projetadas para melhorar a resiliência das cidades, aumentar a biodiversidade e proporcionar bem-estar à população, ao mesmo tempo que contribuem para a adaptação e mitigação dos impactos de eventos climáticos extremos.
A ideia de soluções baseadas na natureza quase se confunde com a de infraestrutura verde e, de fato, há alguns substituindo as menções a esta por aquela. No entanto, tecnicamente, há diferenças, pois se a ideia de infraestrutura verde remete ao uso de técnicas e tecnologias de engenharia e arquitetura, quando se fala em soluções baseadas na natureza não se busca, necessariamente, o uso de tecnologias, mas apenas o conhecimento sobre o funcionamento da própria natureza e de seus ciclos e recursos.
De qualquer forma, essas soluções podem ser aplicadas em diversas escalas, desde pequenos espaços urbanos até grandes regiões costeiras e ecossistemas inteiros. Algumas das estratégias incluem infraestrutura verde, restauração ecológica, design biofílico e gestão sustentável dos recursos hídricos. Seu objetivo é integrar a natureza às cidades, criando um ambiente mais seguro, eficiente e harmonioso.
Entre seus princípios fundamentais estão:
- Retenção e infiltração da água no local em vez de simples remoção.
- Dissipação da energia das chuvas por superfícies vegetadas.
- Armazenamento temporário da água excedente.
- Melhoria da qualidade hídrica por filtragem natural.
Conheça algumas soluções baseadas na natureza
As SbN e suas tecnologias de infraestrutura verde podem e devem funcionar em conjunto com as infraestruturas construídas tradicionais.
Os telhados verdes possuem grande capacidade de retenção da água da chuva, retardando seu escoamento para as redes pluviais. Quanto maior for a reserva d’água do sistema, mais adequada para a gestão hídrica é a cobertura, a qual pode servir como verdadeira bacia suspensa de detenção de água da chuva.
Os pavimentos permeáveis permitem a infiltração das águas e fazem filtragem, além de reduzir o escoamento superficial. Podem ser usados em calçadas, vias, estacionamentos, pátios e quintais residenciais, parques e praças, entre outros.
Jardins de chuva são canteiros situados em cotas mais baixas em relação ao nível do solo, existentes ou adaptados para o fim de receberem o escoamento da água pluvial proveniente de telhados, ruas e demais áreas impermeabilizadas limítrofes, podendo ter dimensões grandes ou pequenas (quando são chamados simplesmente de canteiros pluviais), complementando as funções dos bueiros urbanos tradicionalmente existentes nas ruas das cidades, agindo como uma esponja absorvendo água, enquanto micro-organismos e bactérias no solo removem os poluentes difusos trazidos pelo escoamento superficial.
Quando acrescido de plantas, eleva-se a evapotranspiração e a remoção dos poluentes, além de beneficiar esteticamente o local. São muito eficientes no incremento da qualidade hídrica, uma vez que o período inicial de uma chuva é o que carrega a maioria dos poluentes.
As wetlands (alagados construídos) são áreas alagadas destinadas a receberem águas pluviais, proporcionando, ainda, a retenção e a remoção de contaminantes, devendo ser construídas em locais adequados para esse fim.
As lagoas pluviais (também conhecidas como bacias de retenção ou de biorretenção) são áreas que recebem o escoamento superficial por drenagens naturais ou tradicionais, tendo como uma de suas características o fato de que a água pluvial captada permanece retida entre os eventos de precipitação das chuvas.
Já as lagoas secas (ou bacias de detenção) são depressões vegetadas e/ou permeáveis que, durante as chuvas, recebem o escoamento superficial e retardam a entrada das águas no sistema de drenagem, possibilitando a infiltração com a recarga dos aquíferos. Em tempos secos, podem ser usadas para lazer, recreação e atividades diversas, como campos esportivos.
Enfim, esses e outros exemplos mostram como soluções baseadas na natureza e suas tecnologias de infraestrutura verde são não só importantes, mas imprescindíveis para integrar amplos sistemas de prevenção contra alagamentos, enchentes e inundações.
A Ecotelhado pode ajudar no combate às enchentes
A Ecotelhado possui diversos produtos capazes de integrar planos de prevenção contra alagamentos, enchentes e inundações, a começar pelos seus sistemas de telhado verde. Os sistemas Laminar Médio e Laminar Alto, além do Sistema Azul e Verde, são muito adequados para esse fim, considerando sua grande capacidade de reserva d’água.
Como dito antes, esses sistemas são verdadeiras bacias de detenção suspensas!
Porém, não só esses sistemas, mas também os seus mais simples, no caso, o Sistema Alveolar e o Sistema Alveolar Grelhado também têm boa reserva hídrica, ainda que inferior aos outros, mas com a vantagem de poderem ser instalados em telhados levemente inclinados, sendo uma ótima opção para moradias mais populares em grande escala.
Assim, já imaginou um grande bairro com casas populares cobertas com telhados verdes? Pense no quanto de água seria retida antes de escoar para as vias!
A empresa também conta com seus pavimentos permeáveis, o Ecopavimento, que pode ser utilizado com brita ou com grama.
Além disso, a Ecotelhado conta com o Ecodreno, um produto multiúso aproveitado como sistema de retenção, drenagem, infiltração e reaproveitamento da água da chuva. Funciona como uma cisterna vertical modulada subterrânea que permite o fluxo de veículos e pedestres sobre ela. Pode ser utilizado como cisterna subterrânea ou em coberturas ou como Jardim de Chuva em praças, áreas verdes e calçadas.
As tecnologias da empresa também são aproveitadas para a construção de wetlands e muros de arrimo, sendo esses últimos muito importantes para a prevenção de deslizamentos de terra e para evitar a erosão em lagos pluviais construídos.
Portanto, entes públicos e empresas, não deixem de considerar soluções baseadas na natureza e tecnologias de infraestrutura verde para integrarem, com soluções tradicionais de engenharia, projetos de prevenção de alagamentos, enchentes e inundações e para retardar e mitigar eventuais danos.
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Imagens: Arquivo Ecotelhado