telhado verde em Porto Alegre

Cidade-esponja: conheça essa inovação sustentável

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Com tantos eventos de chuvas extremas acontecendo mundo afora, inclusive no Brasil, muito se tem falado em uma inovação para mitigar ou até mesmo evitar inundações: a transformação das nossas cidades em cidades-esponja!

Neste artigo, exploraremos o que são as cidades-esponja, como funcionam, os principais elementos que as compõem, exemplos inspiradores ao redor do mundo, as inúmeras vantagens que oferecem e, é claro, mostrar que a Ecotelhado tem a tecnologia perfeita para isso!

Quer saber mais sobre uma das inovações mais promissoras para o futuro sustentável das nossas cidades? Então leia o conteúdo abaixo! Confira!

O que são as cidades ou parques esponjas?

A urbanização rápida e desordenada tem trazido uma série de desafios ambientais, como a impermeabilização do solo e o aumento das enchentes urbanas.

Em resposta a esses desafios, surgiu o conceito de cidades e parques esponja, uma solução inovadora e sustentável que visa melhorar a resiliência das áreas urbanas às mudanças climáticas e ao crescimento populacional.

As cidades-esponja são áreas urbanas projetadas para absorver, armazenar e reutilizar a água da chuva de maneira eficiente.

O conceito foi desenvolvido pela primeira vez na China, como parte de uma iniciativa governamental para enfrentar os problemas de inundação urbana.

Em 2013, a China lançou um programa piloto para criar 30 cidades-esponja em todo o país, com o objetivo de que 80% das áreas urbanas pudessem absorver e reutilizar pelo menos 70% da água da chuva até 2030.

O conceito de cidade-esponja baseia-se na integração de infraestruturas verdes e azuis – como parques, jardins, lagos e pântanos artificiais – em paisagens urbanas para aumentar a permeabilidade do solo e a capacidade de retenção de água.

Essa abordagem busca imitar o ciclo natural da água, reduzindo a pressão sobre os sistemas de drenagem convencionais e mitigando os riscos de enchentes. Além disso, as cidades-esponja promovem a biodiversidade, melhoram a qualidade do ar e proporcionam espaços de lazer para a população.

Como as cidades-esponja são adaptadas ou criadas?

A criação de uma cidade-esponja ou sua adaptação envolve várias etapas, desde o planejamento urbano até a implementação de infraestruturas específicas. Os principais passos incluem:

  • Análise do Terreno: Identificação das áreas mais vulneráveis a inundações e das características do solo.
  • Planejamento Integrado: Desenvolvimento de um plano mestre que incorpora soluções de infraestrutura verde e azul em harmonia com o desenvolvimento urbano.
  • Implementação de Infraestruturas: Construção de parques, jardins, telhados verdes, pavimentos permeáveis, lagoas de retenção e sistemas de biorretenção.
  • Monitoramento e Manutenção: Avaliação contínua do desempenho das infraestruturas e manutenção regular para garantir sua eficácia a longo prazo.

Como funcionam e quais são os principais elementos das cidades e parques esponja?

A funcionalidade das cidades e parques esponja pode ser entendida a partir de diversos aspectos que atuam de forma integrada para alcançar um manejo sustentável da água e a mitigação dos impactos ambientais.

A infraestrutura verde e azul é o coração das cidades-esponja. Ela inclui elementos como parques, jardins, lagos, pântanos e áreas verdes que são estrategicamente distribuídos pela cidade para aumentar a permeabilidade do solo.

Essas áreas ajudam a absorver a água da chuva, reduzindo o escoamento superficial e prevenindo enchentes.

Além disso, essas infraestruturas promovem a evapotranspiração, um processo pelo qual a água é transferida do solo e da vegetação para a atmosfera, ajudando a regular o microclima urbano.

A seguir, detalhamos os principais componentes usados na criação de uma cidade esponja.

1. Parques e Áreas Verdes

Parques e áreas verdes desempenham um papel crucial na absorção e retenção da água da chuva.

Esses espaços são projetados com vegetação nativa que ajuda a infiltrar a água no solo, reduzir o escoamento superficial e aumentar a biodiversidade urbana. Além disso, esses parques oferecem espaços recreativos e de lazer para a população, melhorando a qualidade de vida nas cidades.

2. Jardins de Chuva

Jardins de chuva são pequenas depressões ajardinadas que coletam e infiltram a água da chuva, filtrando poluentes e promovendo a recarga dos aquíferos.

Esses jardins são frequentemente plantados com espécies de plantas nativas e adaptáveis que podem tolerar períodos de inundação e seca. Eles são uma solução eficiente e estética para gerenciar o escoamento de água em áreas urbanas

3. Lagos e Pântanos Artificiais

Lagos e pântanos artificiais são criados para armazenar grandes volumes de água da chuva e fornecer habitats para a vida selvagem.

Esses corpos d’água ajudam a regular o fluxo da água, reduzindo o risco de inundações durante períodos de chuvas intensas. Além disso, eles melhoram a qualidade da água ao permitir a sedimentação de partículas suspensas e a absorção de nutrientes pelas plantas aquáticas.

4. Telhados Verdes

Telhados verdes são uma tecnologia essencial nas cidades-esponja. Eles consistem em camadas de vegetação instaladas sobre telhados convencionais, que ajudam a reter a água da chuva, melhorar o isolamento térmico dos edifícios e reduzir a emissão de carbono.

Telhados verdes também criam habitats para pássaros e insetos, contribuindo para a biodiversidade urbana.

5. Pavimentos Permeáveis

Pavimentos permeáveis são uma solução prática para reduzir o escoamento superficial e aumentar a infiltração de água no solo. Esses pavimentos são feitos de materiais porosos que permitem a passagem da água, como concreto permeável e blocos intertravados. Eles são utilizados em calçadas, estacionamentos e ruas para mitigar o impacto da impermeabilização do solo.

6. Canais de Drenagem Natural

Canais de drenagem natural, ou swales, são valas rasas e vegetadas que canalizam a água da chuva de maneira controlada, promovendo sua infiltração e filtragem. Esses canais são projetados para capturar a água da chuva de telhados, ruas e calçadas, reduzindo a carga sobre os sistemas de drenagem tradicionais e melhorando a qualidade da água.

7.Sistemas de Biorretenção e Biofiltração

Sistemas de biorretenção e biofiltração são áreas especialmente projetadas para capturar e tratar a água da chuva.

Esses sistemas geralmente consistem em depressões ajardinadas que filtram a água através de camadas de solo, areia e vegetação, removendo poluentes antes que a água seja infiltrada no solo ou liberada em corpos d’água.

Essas áreas não só ajudam a gerenciar o escoamento da água, mas também melhoram a qualidade da água e promovem a biodiversidade.

Quais são as vantagens das cidades-esponja?

As cidades-esponja oferecem uma série de vantagens que vão além da simples gestão da água da chuva. Essas áreas urbanas inovadoras promovem a sustentabilidade ambiental, melhoram a qualidade de vida dos habitantes e aumentam a resiliência às mudanças climáticas. A seguir, destacamos algumas das principais vantagens das cidades-esponja.

1. Redução de Enchentes

A principal vantagem das cidades-esponja é a redução do risco de enchentes urbanas. Ao aumentar a permeabilidade do solo e a capacidade de retenção de água, essas cidades mitigam o impacto das chuvas intensas e previnem inundações que podem causar danos significativos às infraestruturas e à população.

2. Melhoria da Qualidade da Água

As cidades-esponja contribuem para a melhoria da qualidade da água ao filtrar poluentes e sedimentos através de sistemas de biorretenção e biofiltração. Esses sistemas ajudam a remover contaminantes da água da chuva antes que ela seja infiltrada no solo ou liberada em corpos d’água, protegendo os recursos hídricos e promovendo a saúde dos ecossistemas aquáticos.

3. Promoção da Biodiversidade

Infraestruturas verdes e azuis nas cidades-esponja criam habitats para uma variedade de espécies de plantas e animais, promovendo a biodiversidade urbana. Esses espaços verdes oferecem refúgios para a vida selvagem e contribuem para a conservação da flora e fauna nativa, enriquecendo a ecologia urbana.

4. Melhoria do Microclima

As cidades-esponja ajudam a regular o microclima urbano ao aumentar a evapotranspiração e reduzir o efeito de ilhas de calor. A vegetação presente em parques, jardins e telhados verdes resfria o ambiente através da transpiração e sombreamento, melhorando o conforto térmico e a qualidade do ar.

5. Benefícios Sociais e Recreativos

Parques, jardins e outras áreas verdes nas cidades-esponja proporcionam espaços recreativos e de lazer para a população. Esses espaços melhoram a qualidade de vida dos habitantes, promovem atividades físicas e oferecem oportunidades de interação social, fortalecendo o senso de comunidade e bem-estar.

Exemplos mundo a fora

Várias cidades ao redor do mundo adotaram o conceito de cidades-esponja e implementaram soluções inovadoras para gerenciar a água da chuva de maneira sustentável.

Segundo dados da ARUP, coletivo global de designers, engenheiros e especialistas em diversas áreas técnicas, foi possível elaborar um ranking das cidades “mais esponjosas” do mundo a partir de uma ferramenta de análise de uso do solo e inteligência artificial chamado de “Terrain”.

Por meio dele, calculou-se a quantidade de áreas verdes e azuis nos centros urbanos de cada cidade, fatorando o impacto dos tipos de solo e vegetação e calculando o potencial de escoamento de chuva.

Nesse ranking intitulado de Global Sponge Cities Snapshot, utilizado como referência no para o Fórum Econômico Mundial, listaram-se centros urbanos de várias cidades globais. A ideia não era considerar apenas infraestruturas verdes, mas toda a sua área verde, o tipo de área verde e sua capacidade de retenção, permeabilidade e escoamento da água.

Segundo ele, Auckland, na Nova Zelândia, seria a cidade “mais esponjosa” do mundo, mas aquela cujo centro urbano seria o mais esponjoso graças a sua infraestrutura verde seria Singapura, que se beneficia de uma grande quantidade de árvores, mesmo sendo uma cidade-estado extremamente urbanizada, verticalizada e de elevadíssima densidade populacional.

Falando em infraestrutura verde, Wuhan, na China, embora famosa negativamente por ser o berço do vírus do COVID-19, tem um lado inspirador, afinal, é uma das cidades pioneiras do programa piloto de cidades-esponja da China.

Apenas até o ano de 2020, Wuhan já havia iniciado 389 projetos separados visando a adaptá-la como uma cidade-esponja, buscando cobrir 38,5 km² da cidade, incluindo jardins urbanos, parques e espaços verdes, incluindo telhados verdes, concebidos para permitir água se infiltre durante a precipitação regular e direcione a água para longe de áreas urbanas durante as inundações. Outros projetos incluem lagos artificiais que atraem água longe de áreas povoadas e canais de água que possam lidar com segurança com grandes volumes de água durante as cheias.

Copenhague, na Dinamarca, tem adotado uma abordagem abrangente para se tornar uma cidade esponja, com projetos que incluem a criação de parques, telhados verdes e bacias de retenção de água. A cidade tem se destacado por sua capacidade de adaptação a eventos climáticos extremos e por suas soluções inovadoras para gerenciar a água da chuva, tornando-se um exemplo global de resiliência urbana.

A Ecotelhado em cidades-esponja

É claro que a Ecotelhado tem produtos perfeitos para ajudar as cidades a serem adaptadas como “cidades-esponja”. Na verdade, poderíamos dizer que a Ecotelhado pode ser uma verdadeira referência nesse quesito.

Seus sistemas de telhados verdes possuem excelentes reservas hídricas, contribuindo objetivamente para a retenção de água pluvial, reduzindo o seu escoamento para as ruas e as redes públicas de drenagem, e ainda dispondo da capacidade de reaproveitar, para fins não potáveis, a sua água armazenada.

Para se ter uma ideia, considerando-se apenas os seus módulos, o Sistema Azul e Verde , por exemplo, consegue reter até cerca de 150 litros/m² de água. Essa capacidade é ainda maior se considerada a retenção do substrato utilizado (potencializada por gel hidrorretentor), e aquela realizada pela vegetação utilizada. Toda essa água, em uma cobertura normal, escorreria diretamente para as ruas, sobrecarregando os sistemas públicos de drenagem.

No Sistema Laminar Alto, a reserva, considerando apenas aquela oferecida pelos módulos, é de 160 litros/m². É muita água retida!

Imagine uma cidade com diversas instalações dessas em grandes edificações?

Aliás, o Ecodreno, um produto utilizado no Sistema Laminar Alto, também é aproveitado para a construção de Jardins de Chuva eficientes que retêm a água da chuva até o momento em que ela possa se infiltrar novamente no solo. O sistema tem uma membrana permeável que o envolve, permitindo a absorção da água pluvial e evitando a entrada de sólidos no reservatório.

Também aproveitando o módulo Ecodreno, a Ecotelhado possui suas Cisternas Subterrâneas impermeabilizadas e utilizadas para o reaproveitamento da água da chuva, podendo, graças ao suporte dos módulos, ser instaladas sob jardins, estacionamentos ou pavimentos permeáveis.

Ou seja: grandes áreas verdes, como gramados de praças, campos de futebol ou simples jardins podem conter, em seu subsolo, e sem qualquer impacto visual, ocultadas por áreas verdes, recreativas, de multi-uso ou, inclusive, caminhos de pedestres, instalações que conseguem reter água, tanto para uma absorção mais eficiente pelo solo quanto para fins de reaproveitamento para fins não potáveis, como a irrigação dessas áreas.

Outro produto muito importante para adaptar um centro urbano como “cidade-esponja” é o Ecopavimento, o pavimento permeável da Ecotelhado.

Podendo ser instalado com grama ou brita, o Ecopavimento é um piso que, colocado sobre uma superfície permeável, permite a passagem da água e do ar evitando o acúmulo de água na superfície. É feito de grelhas alveoladas de plástico reciclado e suporta um peso compatível à base aonde será colocado.

É ideal para a pavimentação de locais de tráfego lento, como áreas internas de condomínios, caminhos e pátios de escolas, calçadas permeáveis, acostamento de estradas, trilhas de parques, acesso de pedestres e, claro, superfícies para bacias de infiltração.

Enfim, adaptar as cidades para que elas se tornem cidades-esponja é uma iniciativa inovadora e sustentável para enfrentar os desafios oferecidos por eventos climáticos extremos e da urbanização rápida.

Ao integrar infraestruturas verdes e azuis nas paisagens urbanas, essas cidades melhoram a gestão da água da chuva, reduzem o risco de enchentes, promovem a biodiversidade e melhoram a qualidade de vida dos habitantes.

Com exemplos inspiradores ao redor do mundo, as cidades-esponja mostram que é possível criar ambientes urbanos resilientes e sustentáveis, que harmonizam o desenvolvimento humano com a preservação ambiental.

E, para que essa busca seja exitosa, a Ecotelhado conta com os produtos perfeitos!

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Sabia que a Ecotelhado possui diversos produtos para Design Biofílico e Arquitetura Verde, Ecológica e Sustentável?

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Texto: Renan Eschiletti Machado Guimarães

IMAGENS:

Imagem 2: Wodnesprawy

Imagem 6: Coalition for urban transitions

Imagem 7: DW

Demais imagens: Arquivo Ecotelhado