Os candidatos que forem aprovados no vestibular da Unisinos em novembro já poderão se matricular para estudar no novo campus de Porto Alegre, na Avenida Nilo Peçanha. O complexo deve ser concluído no próximo mês e tem data para entrar em atividade: 20 de março, com o início das aulas.
— Queremos fazer parte de um ecossistema que já é forte em Porto Alegre, reconhecida por grandes instituições de Ensino Superior, e agregar valor à excelência acadêmica — diz o diretor de graduação, Gustavo Borba.
O campus Porto Alegre deve seguir no ritmo da Escola Criativa, que atualmente funciona atrás do Colégio Anchieta, com foco em inovação e cultura. Os conceitos foram trabalhados no próprio projeto arquitetônico: parte do complexo conta com telhados verdes para otimizar o consumo de energia e um teatro de 600 lugares. As salas terão paredes “riscáveis” para facilitar que os alunos participem mais ativamente das aulas – . O projeto arquitetônico foi idealizado pela empresa gaúcha AT Arquitetura, que a mais de 20 anos tem nos privilegiado com suas ideias criativas.
Inúmeras empresas auxiliaram para esse projeto acontecer, e o arquiteto Mauricio Ceolin, comenta que tiveram a intenção de manter a imagem mental que todos tinham daquele trecho da avenida Nilo Peçanha. “O desafio e preocupação foi de devolver a massa verde que existia ali, que, apesar de ela se tratar de apenas uma borda vegetada na frente de onde havia um campo de futebol, se imaginava que aquilo era um parque, então, transformar aquele espaço, dando uma parede completamente verde, sem vitrines, os telhados verdes (Ecotelhado) e o paisagismo (Landscape) foi a premissa inicial do projeto arquitetônico e também um dos seus maiores desafios.” Cada detalhe contou para que o projeto se tornasse um Campus inovador e verde.
Os telhados e paredes verdes foram feitos pela empresa gaúcha Ecotelhado. Os telhados verdes foram realizados com dois sistemas: o Laminar Médio e Alveolar. Nos dois sistemas foram utilizados como vegetação o Boldo, que é uma planta bem resistente, ideal para o clima porto-alegrense, e também chama polinizadores. No total temos 2776 m² Ecotelhados instalados em toda obra.
A fachada, que é virada para a rua Nilo Peçanha, será toda vegetada com jardim vertical, que foi utilizado o sistema Mamute. Esse sistema tem reserva de água, que diminui a frequência de rega da parede verde, economizando água. Nesse sistema utilizamos 5 tipos de plantas: Asparguinho pendente, Bulbine, Falsa Erica, Clorofito e Tradescantia. O objetivo da empresa era fazer um desenho abstrato e natural com a mescla dessas espécies.
Escolhemos a Bulbine pois ela atrai abelhas sem ferrão, que são ótimas polinizadoras e estão com déficit de locais (flores) para polinizar. E como o espaço fica na Nilo, a Ecotelhado achou uma ótima oportunidade de aumentar a biodiversidade do local. No total serão instalados 876,7 m² de jardim vertical.
— A ideia é ter um campus inovador, com aulas inovadoras, em que o professor esteja mediando, não apenas entregando conteúdo — conta o diretor da graduação.
Passarela ligará o complexo ao Anchieta
Inicialmente, o local, na quadra entre a Nilo e as ruas Alvarenga, Barão do Rio Grande e Tomaz Gonzaga, terá mais de 30 cursos e capacidade para 8 mil alunos. Além de graduações voltadas à indústria criativa, haverá opções nas áreas de saúde, economia e administração. A pós-graduação começará com o mestrado acadêmico em Design e três profissionais em Educação, Gestão e Enfermagem.
Uma passarela fará a ligação entre o novo campus e prédio atrás do Anchieta, que deverá abrigar apenas laboratórios, e a estrutura poderá ser utilizada também por não alunos para cruzar a Nilo Peçanha. Haverá também o Espaço Unisinos, com 36 operações, entre serviços, restaurantes e conveniências abertos a quem é de fora.
O investimento na obra ultrapassa R$ 200 milhões, custeados pela Associação Antônio Vieira, mantenedora da universidade.
Trânsito será alterado para minimizar impactos na região
Emergindo em uma região já castigada pelo trânsito intenso, a Unisinos terá de fazer adaptações viárias para minimizar o impacto no entorno do campus. Boa parte delas será entregue assim que o prédio estiver finalizado. Duas alças de acesso no cruzamento com a Tomaz Gonzaga e a ciclovia que deve passar em frente à universidade devem levar mais tempo.
— Todas as obras de contrapartida vêm de estudos técnicos sobre demandas e impactos que o campus vai ocasionar. O trânsito nessa região já teve melhora sensível com medidas de sinalização que implantamos — avalia o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.
Referências: Zero Hora
Texto* | Catarina Schmitz Feijó